COLÓQUIO INTERNACIONAL
Universidade dos Açores / Pólo de Ponta Delgada
29 de Setembro a 1 de Outubro de 2011
30 de Setembro:
Catarina Maia — “De olhos bem abertos, Branca de Neve”
Branca de Neve é, por ventura, o filme mais odiado e mais mal entendido da obra de João César Monteiro e simultaneamente um dos que nos merece uma atenção redobrada.
No contexto da análise das relações entre literatura e cinema, Branca de Neve, que parte do poema dramático homónimo de Robert Walser (já em si um trabalho sobre o conto dos irmãos Grimm), é, como exemplo extremo de desafio à soberania das imagens, particularmente estimulante pelas interrogações formais e estéticas que levanta sobre as dificuldades e os limites da adaptação.
Quando as “imagens em movimento” determinam o que é o cinema, Branca de Neve faz-nos questionar o lugar que nele ocupam o texto, a palavra ou a voz. O objectivo desta comunicação é ajudar a pensar sobre esse lugar e sobre o modo como a imagem negra que domina o filme representa, mais do que uma mera provocação, uma interpretação penetrante do texto de Walser.
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